17.12.14

73 - predestination












predestination
Um homem entra num bar e deixa que o barman meta conversa com ele. Logo ali se percebe que há qualquer coisa diferente, pois os filmes americanos acabam com clichés, mas não começam utilizando-os. Os realizadores americanos têm receio de que, se forem demasiado óbvios no início, afastarem os espectadores, que se acham demasiado inteligentes para perder o seu tempo com coisas óbvias. Percebe-se então que o barman não é um barman e que o homem...não é um homem... O barman é um agente secreto de uma qualquer agência espaço-temporal em busca de um bombista e o homem é uma mulher com uma história de vida capaz de ganhar uma garrafa de graça em quelquer balcão de bar. Foi abandonada enquanto bebé à porta de um orfanato e cresceu desprovida de amor nesse mesmo orfanato, no meio da incompreensão geral. Era muito inteligente, peloo que facilmente arranjou as notas para sair de láe candidatar-se a uma qualquer agência governamental, de onde foi expulsa por ter partido os cornos a uma colega mais chata. Entrou para um curso de secretariado e, no intervalo de uma aula conheceu um homem pelo qual se apaixonou e com o qual praticou sexo, e do qual engravidou e teve uma rapariga, após uma cesariana complicada. Após esta, foi-lhe comunicado pelo médico que era hermofradita e que no decorrer da cesariana tiveram que lhe retirar a parte feminina. Para piorar tudo, tiraram-lhe também a filha, que foi raptada do hospital. Abalada mas não derrotada, aprendeu a ser um homem e, entre empregos, entrou num bar onde desabafou tudo ao ouvido do Barman. Que não era um barman, mas sim um agente temporal, que lhe ofereceu de bandeja a morte do homem que a abandonou, caso ela quisesse viajar no tempo e tornar-se sua parceira. Ela aceitou e, de repente, estava a substituir o homem que queria matar e seduziu-se a ela própria e apaixonou-se por ela própria, e engravidou-se a ela própria. E, como homem que se auto seduziu teve que se auto abandonar, porque o barman a chamou de volta. Barman esse que foi depois ao hospital, roubou o bebé, viajou no tempo e deixou o bebé à porta do orfanato. Fechou-se assim o ciclo e Jane, depois de ter sido mãe e pai da mesma criança, tornou-se nessa própria criança, criando assim uma família em que o pai, a mãe e a filha eram a mesma pessoa. Nada fácil. Nada mesmo...

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