1.3.07

2. left behind


Tim Lahaye e Jerry B. Jenkins.
Hesitei imenso antes de embarcar na saga. Havia razões para tanta hesitação: 11 ou 12 volumes, 17 euros cada um, relativo pouco impacto em termos de opinião pública, um cheiro a evangelismo americano, enfim…Neste caso, a prudência perdeu. Ao fim ao cabo, havia bastantes ingredientes a favor, que poderiam ser todos resumidos em duas palavras: ficção apocalíptica. Sempre achei os apocalipses interessantes. Assim sendo, num momento de arrebatamento, enquanto experimentava a sensação inebriante de ter net no portátil, perdi a cabeça e encomendei os 4 primeiros volumes na amazon. Como nem sempre sou muito esperto, encomendei na amazon americana, de maneira que fiquei 3 semanas à espera. Enfim…
Lá comecei. E mal comecei, fiquei logo sem fôlego. Milhões de pessoas desaparecem de um momento para o outro, em todo o mundo, simultaneamente, deixando aviões sem pilotos, casas sem mães, quartéis de bombeiros vazios, escolas sem professores, hospitais sem enfermeiros e escolas sem crianças. Será que detecto um padrão? Logo a seguir, o enredo continua numa fuga para a frente que fico logo desconfiado que este ritmo é impossível de manter. Um dos passageiros de um dos aviões que estava em voo na altura do desaparecimento é Buck, um superjornaslista que aos 30 anos de idade já entrevistou não sei quantos nóbeis e já teve 1 ou 2 prémios pulitzer. Muito plausível. Confrontado com o terrível fenómeno, recorda o seu passado recente enquanto tenta ligar o seu portátil ao telefone do avião para assim chegar à net e ao que se passa. Cerca de um ano antes, Buck estava em Israel no dia em que a Rússia perdeu a cabeça e lançou um ataque devastador em grande escala contra Israel. Misséis, aviões, tudo o que tinham. E porquê? Porque anos antes um cientista israelita tinha descoberto uma fórmula secreta que fez com que o solo israelita se tornasse um autêntico el dorado agrícola. Literalmente, inverteu o milagre dos 40 anos no deserto e fez o maná brotar do chão, da areia. Graças a isso, Israel tornou-se no país mais rico do mundo, razão que fez com que os russos ressabiassem. Uma das máximas da história mundial é que nunca se sabe o que a Rússia vai fazer. Toda a gente sabe disso. Assim sendo, o professor israelita tornou-se digno de ser entrevistado por Buck. E, consequentemente, ganhou o prémio nobel. Estava por isso Buck em Israel quando os russos atacaram. E o que aconteceu? Fogo no céu e todos os misséis, aviões e armas e soldaos russos destruidos, isto tudo com zero baixas israelitas. Ainda por cima, com os destroços da frota russa, Israel ficou com reservas de metal e combustíveis para 5 anos. Milagre, disse toda a gente. Pois, mas era fácil concluir isso. Deus já tinha safo os israelitas naquele ocasião do mar vermelho. Estava assim eu todo empolgado, quando comecei a ler páginas e páginas da ressaca sentimental das personagens que perderam entes queridos, Buck não ressacou, mas Rayford, o piloto de avião onde Buck ia, Hattie, a hospedeira de bordo e mais alguns passaram-se dos carretos. Percebe-se, mas não deixa de ser aborrecido de ler. Entretanto, eis que surge outro enredo prometedor. Algures no mundo ocidental, existe aquela conspiração do costume, em que meia dúzia de magos da alta finança, tipo G8 plus, é que dominam o mundo. Vai daí, estão a tentar criar uma moeda única, e outras iniciativas afim. Não. Não foi o euro.

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