19.3.07

9. jonathan strange e o sr. norrel




Susanna Clarke.
Estamos em inglaterra, onde existe uma sociedade mágica de magos não praticantes, ou seja, teóricos, que discutem, parametrizam e legislam sobre algo que não fazem, tradição que começou nessa altura e se prolonga até aos nossos dias no que diz respeito às actuais elites. Um dia, um homem pequenos e que já passou a meia didade há algum tempo é convencido a mostrar a sua magia à dita sociedade, coisa que se mostra relutante em fazer. Só o faz com uma condição: se conseguir provar a sua magia, a sociedade mágica tem que dissolver... Blurp... foi um instantinho. O homem chamava-se Sr. Norrel. Paralelamente, havia um outro homem, este jovem, que era também um estudioso de magia. Mas não se considerava um mágico. Talvez por isso, o Sr. Norrel aceitou recebê-lo e ensiná-lo. Juntos, trabalhando para o governo, haveriam de fazer com que a Inglaterra voltasse a ser um país mágico novamente. Porque já o havia sido: entre 1100 e 1400, a Inglaterra (ou o norte desta) havia sido governada por John Uskglass, um homem, mágico evidentemente, que havia sido raptado pelos elfos enquanto criança e por eles criado até se tornar adulto e se libertar. John Uskglass era também conhecido pelo Rei Corvo, e a sua história daria (e cheira-me que dará) outro livro. Não se deixem enganar... Não é mais uma história em que os elfos são criaturas belas, loiras, inatingiveis, perfeitas e imortais. A estes, entre muitas outras coisas, falta-lhes o t. São imorais. Era mais ou menos lógico que alguém se iria fartar dos elfos serem sempre as criaturas perfeitas e boas. Foi aqui... São maus, frios, egoístas, não muito bonitos e respiram decadência em tudo o que fazem. Vivem numa espécie de mundo paralelo e quando de lá saem ou quando alguém lá entra é certinho que dará asneira. Voltemos então aos nossos dois mágicos, incumbidos pelo governo de se tornaram os primeiros zero-zeros do país. Estamos em plena guerras napoleónicas,e, como sempre, têm que ser os ingleses a tentar impedir que um qualquer indivíduo "vertically chalenged" tome conta da europa. Jonathan Strange e o sr Norrel trabalham arduamente para que a inglaterra ganhe a guerra, fazendo coisas super engenhosas. Um dia construiram uma frota inteira de navos com neblina e vapor d eágua, colocando essa frota a cercar uma qualquer cidade durante vários dias, até que veoio vento e a desfez. Mas durante esse tempo a frota verdadeira teve tempo de chegar. Outra vez, depois de se Ter capturado um navio inimigo, enfeitiçaram a sereia de madeira que estava na proa (tipo o mini infante D. Henrique na proa do Sagres) de maneira que ela falasse. Depois, foi só passá-la aos militares, que a obrigaram a confessar sobre todos os portos, enseadas e rotas marítimas que os inimigos usava,«m. Entre muitos palavrões, pois a sereia era super mal-educada. Enfim... Jonathan strange foi o verdadeiro braço direito de Lord Wellington, por muitos considerado um dos grandes responsáveis pela manutenção das nacionalidades protuguesa e espanhola. Expliquemo-nos: Lord Wellington foi o principal responsável pala expulsão dos exércitos napoleónicos da península ibérica, derrotando o general Soult. Voltando ao livro, foi uma verdadeira lufada de ar fresco de novidade, originslidade, rigor e inteligência. Mas 700 páginas são 700 páginas, e o único que consegue manter o ritmo em 700 páginas é o Tolkien e o Umberto Eco. Vai daí, masi para o fim do livro começam as confusões, porque Jonathan Strange ressuscita uma mulher que estava semi-prisioneira dos elfos e blá blá blá elfos isto, elfos aquilo e, o que tinha sido a melhor qualidade do livro, o tratar a magia e os mágicos de uma forma normal, desaparece. Voltamos aos misticismos e aos esoterismos, para os quais a paciência já não é muita. Mesmo assim, trata-de um livro muitíssimo bom, escrito com inteligência pura e completamente diferente de tudo o que tinha lido até o ler. Foi um reencontro com um verdadeiro romance, que na minha definição, quer dizer boa história bem contada.

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